Da mesma forma que o amor tem a força de rejuvenescer e transformar o cotidiano num mágico cenário, a doença, ou a suspeita dela, tem o efeito de tirar o chão, transformando as alegrias em medo e insegurança. Nesse momento, é preciso acreditar na força da vida que parece esvair-se de repente. É quando o médico – com seu mítico poder de cura – passa a ter fundamental papel em nossas vidas. O Doutor de branco passa a ocupar um lugar mitológico, mágico, nunca antes perdido, mesmo ante um mundo altamente tecnológico que mantém todos distantes. Cadeiras afastadas, num mundo cercado pela pressa e ausência de relações pessoais quase não há mais tempo para o convívio humano, menos ainda para o tão importante e mítico convívio entre o médico e o paciente. O acolhimento, o humanismo, o cuidado com o outro que sofre parecem coisas ultrapassadas.
Você pode me ouvir, Doutor? é uma obra sensível, amorosa, que pretende lembrar ao médico, mediante cartas de outros profissionais, que a capacidade de curar começa com a capacidade de ouvir. Rubem Alves diz que a gente ama quem ouve bonito e que todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir.
Esta obra é um convite delicado, amoroso para profissionais da saúde, escrito por outros profissionais que viveram a experiência de que a cura começa na capacidade de ouvir e na disponibilidade interior de ser o intérprete das necessidades de quem está numa cadeira à sua frente. Esta obra propõe que se aproximem as cadeiras.
Os organizadores
![]() |
| João Macedo Coelho Filho e Álvaro Jorge Madeiro Leite |
Álvaro Jorge Madeiro Leite possui Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (1982), Mestrado em Epidemiologia - Modalidade Epidemiologia Clínica pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (1996) e Doutorado em Pediatria pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (2000). Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal do Ceará. É co-autor dos livros "Você pode me ouvir doutor? Cartas para quem escolheu ser médico" (junto a João Macedo Coelho Filho) e "Habilidades de Comunicação com Pacientes e Famílias" (junto a João Macedo Coelho Filho e Andrea Caprara). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Pediatria, atuando principalmente nos seguintes temas: mortalidade perinatal e neonatal, mortalidade infantil, doenças respiratórias da infância, desenvolvimento infantil e educação médica. Nos últimos tempos, vem dedicando-se a estudar o campo das Humanidades Médicas, o que significa um interesse amplo pelos conteúdos humanísticos que devem estar presentes nas estratégias de ensino-aprendizagem e nas conexões existentes entre o método clínico centrado no paciente e o ensino das habilidades de comunicação.


Nenhum comentário:
Postar um comentário