O povo brasileiro
Origina-se, em parte,
De Portugal,
Ao atravessar o oceano,
Em suas naus,
Os portugueses trazem também,
As origens da Medicina brasileira tradicional
Picanço, nobre Pernambucano,
Formado no Reino Lusitano e na França,
Medico da corte Joanina,
Vem com a proposta pronta,
Para as escolas de Medicina,
Da Bahia e do Rio de Janeiro
Nessa época,
A tal Medicina tradicional,
(Vinda d’além-mar com as naus)
Era quase pura ARTE,
Já que a eficácia dos medicamentos,
Dos unguentos circulantes,
Das cirurgias aterrorizantes,
Era nula, ou quase nula
Desde então,
Já se vão,
Mais de 200 anos,
E o quadro daquela época: INVERTE-SE
A ciência avança, a passos estrondosos
A técnica medica, com nível de sofisticação,
Similar ao exigido, para ir à lua
Os medicamentos,
São finalmente,
Eficazes,
(Ou quase, na maioria das vezes)
Há que se considerar, no entanto,
Que muitas doenças,
(Como por exemplo, a Tuberculose),
Tiveram sua carga reduzida,
Expressiva e gradativamente,
Muito antes do advento, das drogas ‘anti’
E os PACIENTES,
Como se enquadram,
Nesse cenário pós-moderno?
Estes, infelizmente,
Acompanham como sempre,
Pacientes
Porém, mais que nunca,
Seguem tolerando o intolerável,
Atendidos rapidamente,
Por vezes de pé,
Como penitentes,
Aceitando o inaceitável
Olhos nos olhos,
Nas consultas,
Nem se cogita,
Faz mal a saúde,
Ou a conjuntiva,
‘O bom é remédio,
Que afina o sangue’
A Medicina do presente,
Confunde-se com a ciência,
Salve a Medicina!
O progresso, e a ilusão-de-ótica,
Aprofunda-se com a Ciência!
Pela fibra e por e-mail,
Viva o progresso
Nesse cenário,
As vozes e as almas,
Dos PACIENTES,
Cada vez mais longevos,
Seguem impacientes
Como comunicar-se,
Em um contexto,
Onde a ARTE da Medicina,
Vê-se ofuscada,
Diante de tantas luzes lancinantes,
Pretensos açúcares,
Edulcorantes?
Ou, como querem os otimistas
Nesse novo contexto,
A ARTE apenas adormece,
(Para uns profundamente)
A espera d’algum príncipe,
Que venha tocar-lhe os lábios
Nesse sentido,
É preciso,
E sem nenhuma duvida,
Corrigir o rumo,
É urgente levar a nau,
De volta,
Aos tempos idos,
É imperativo resgatar os sentidos,
De 1808,
Quando a Medicina, ARTE pura,
Resistia sem a ciência,
De 2008
Urge fazer com que a cura,
Venha depois do alívio,
Com que Aquele que trata,
Bata na porta,
Após Aquele que cuida,
Além da obrigação do ofício
Humanidades Médicas,
Faz um primeiro colóquio,
Refaz a agenda,
Combinando períodos,
Traz o paciente,
À centralidade
Revigora o tempo da Medicina: ciência e arte
Efusivos PARABÉNS a todos,
Que participam dessa luta,
E constroem juntos,
O imperioso coletivo do ‘humano contemporâneo’
A. Ledo
23-X-2013
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