1º Colóquio sobre HUMANIDADES MÉDICAS/FAMED-UFC/UNIFOR

Sábado, 26 de outubro/2013, das 8h30 às 15h30
Local: Auditório da SOCEP (Sociedade Cearense de Pediatria. Rua Maria Tomásia, 701. Aldeota. Fone: 3261-5849)
O I Colóquio sobre Humanidades Médicas é um evento organizado pelo Grupo HumanAmigos de Humanidades Médicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará em parceria com a Universidade de Fortaleza (UNIFOR).
Participam também da iniciativa: o Núcleo de Ensino, Assistência e Pesquisa da Infância do Departamento de Saúde Materno-Infantil-FAMED/UFC; o Projeto de Vivência da Relação Médico-Paciente (PROVIMP); o Núcleo de Desenvolvimento da Educação Médica (NUDEM); Instituto da Primeira Infância (IPREDE) e o Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde (NUTEDS).
Localize-se!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Poesia: Visitas de morbidade e mortalidade, por Rafael Campo

Gustave Klimt, Morte e Vida, óleo sobre tela, 1910.


















Visitas de morbidade e mortalidade
por Rafael Campo
associate professor of medicine at Harvard
(Tradução: Henrique Sá)

Perdoe-me, corpo diante de mim, por isto.
Perdoe-me por minhas mãos incompetentes, sem instrução
na forma de tocar: Eu queria entender
o que a febre era, não o que era o amor
Perdoe-me por meu olhar, mas quando eu olho para você,
eu me vejo nu
Perdoe-me, corpo, pelo que parece ser uma análise quando suspiro
antes de cortá-lo com meu bisturi,
porque o cancro tem que ser removido.
Perdoe-me por não lhe dizer, mas eu não sou nenhum poeta
Por favor, perdoe-me
Perdoe minhas luvas, minha saudação insensível, minha inquietação
você não deve perceber que eu conheci a morte de novo
Perdoe-me se eu disser que ela me olhou impaciente
Por favor, perdoe-me o meu desespero
que parece mais recompensa
perdoe minha ambição, perdoe-me por não ter mais para lhe dar
do que esta pílula amarga
perdão
para este pedido de desculpas, tarde demais, para aqueles como eu
cujos crimes podem parecer inócuos
mesmo quando a crueldade parece óbvia
Perdoe-nos por esses pecados. Perdoe-me, por favor,
o meu coração confuso que soa muito como o seu
Perdoe-me pela noite,
quando eu dormi também, ao seu lado, sob a mesma lua
Perdoe-me por meus sonhos, por meus joelhos ásperos,
por desistir cedo demais
Perdoe-me, por favor
por perdê-lo, incapaz de perdoar

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