HUMANIDADES MÉDICAS: para quê?!
por Álvaro J Madeiro Leite
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A medicina é uma profissão ambivalente. Triunfa e fracassa. Encanta e desencanta. Tem sido uma profissão angustiada pela premência dos nossos tempos; tempos de subjetividades sem referenciais, tempos sociais sem decência e civilidade, tempos de decepção. Tempos de questionamentos da eficácia dos processos pedagógicos, tempos de substituição da relação médico-paciente para uma relação de laços e vínculos frágeis instituição-paciente.
Como fazer frente aos desgastes por qual passa a medicina e seus médicos, compreendendo os nexos existentes entre os aspectos essenciais da sociedade contemporânea e a formação integral dos médicos?
A medicina, talvez seja a profissão que requer mais insistentemente uma dimensão atemporal, a-histórica do homem: quem sente ou vê o chão se esvair por franca ameaça de uma doença sempre desejará encontrar a proximidade do olhar, da escuta, dos bons gestos de um médico. Os desejáveis gestos!!! Um médico de sempre. “Estar nas mãos dos médicos”, muitas vezes representa a esperança do sopro de vida.
Mas hoje muito se fala da impossibilidade temporal e histórica desses gestos! Da existência desse médico.
A proposta desse Colóquio é ajudar a encontrar os cacos que conformem, com o desejo e trabalho de muitos, o mosaico para uma medicina atenta à sua complexa vocação humanista[...]
Texto denso e profundo...traduzir em uma época de superfície, a necessidade de mergulho da medicina no mar das humanidades que lhe pertence...ser médico e profissional de saúde requer uma alegria própria de quem cuida...quando examinamos, tocamos e olhamos o paciente... Sentimos uma bondade necessária com que nos salvamos —
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